quarta-feira, 4 de novembro de 2009

'No­va lei afe­ta ­mais de 1 mi­lhão de in­qui­li­nos'

"Agên­cia Es­ta­do" - 04/11/2009


Meus comentários: É amigos(as), cada vez mais a população brasileira sofre com a questão da moradia, veja essa nova lei que estão querendo aprovar, no meu ponto de vista faz com o brasileiro venha comprar definitivamente seu "teto", precisamos ficar atento para atender esta demanda, como sempre digo espaço tem para o nosso mercado....

Abraços a todos.


Aprovação da legislação preocupa locatários comerciais e residenciais; no Brasil de cada dez imóveis, dois são alugados

  São Pau­lo - Ca­so ­saia do pa­pel co­mo es­tá, a no­va Lei do In­qui­li­na­to po­de afe­tar mi­lhões de bra­si­lei­ros. Se­gun­do da­dos do Ins­ti­tu­to Bra­si­lei­ro de Geo­gra­fia e Es­ta­tís­ti­ca (IB­GE), no Bra­sil a ca­da dez imó­veis, ­dois são ocu­pa­dos por in­qui­li­nos. A es­ti­ma­ti­va de mer­ca­do é de que ha­ja pou­co ­mais de 1 mi­lhão de con­tra­tos de lo­ca­ção no ­País (­mais de 6 mi­lhões de pes­soas).   Ape­sar da maio­ria das mo­ra­dias ser pró­pria, o ­País ain­da so­fre com o dé­fi­cit ha­bi­ta­cio­nal. Es­ti­ma-se que o Bra­sil te­nha uma ca­rên­cia de 6,2 mi­lhões de uni­da­des. De acor­do com le­van­ta­men­to fei­to pe­lo Ins­ti­tu­to de Pes­qui­sa Eco­nô­mi­ca Apli­ca­da (­Ipea), 5,4 mi­lhões de bra­si­lei­ros gas­tam ­mais de 30% do or­ça­men­to com alu­guel. A con­clu­são do ­Ipea é que as mo­ra­dias es­tão ca­da vez ­mais ca­ras; daí a ne­ces­si­da­de de se in­ves­tir ­mais na ofer­ta de imó­veis pa­ra alu­guel.   Os in­qui­li­nos de co­mer­ciais e re­si­den­ciais es­tão preo­cu­pa­dos com o im­pac­to que a apro­va­ção da no­va Lei do In­qui­li­na­to po­de­rá ter. Ca­so o pro­je­to pas­se pe­la san­ção pre­si­den­cial, já se de­se­nha um ce­ná­rio opos­to ao que se viu nos úl­ti­mos ­anos. Em vez do mo­vi­men­to de pro­prie­tá­rios de imó­veis quei­xo­sos dian­te da fal­ta de pa­ga­men­to de alu­gueis, o Ju­di­ciá­rio po­der ser in­va­di­do por ­ações e pe­di­dos de li­mi­nar por par­te dos lo­ca­tá­rios. Já se fa­la na pos­si­bi­li­da­de de se ten­tar der­ru­bar o tex­to da no­va lei, ca­so apro­va­da, no Su­pre­mo Tri­bu­nal Fe­de­ral (STF).   Co­mer­cian­tes de­fen­dem o diá­lo­go en­tre lo­ca­dor e lo­ca­tá­rio e re­for­çam que a no­va lei ace­le­ra as fa­ci­li­da­des pa­ra o pro­prie­tá­rio mal in­ten­cio­na­do. São ­dois pon­tos ­mais po­lê­mi­cos do pro­je­to de lei do de­pu­ta­do fe­de­ral Jo­sé Car­los Araú­jo (PR-BA). Um de­les pre­vê que o in­qui­li­no, ain­da que es­te­ja atra­sa­do ape­nas um dia com o alu­guel, pos­sa ser des­pe­ja­do do imó­vel. Ho­je o ­juiz man­da ci­tar o de­ve­dor, que po­de apre­sen­tar uma de­fe­sa. O ou­tro pon­to aca­ba com a re­no­va­ção au­to­má­ti­ca dos con­tra­tos.   Se o pro­prie­tá­rio ale­gar ter re­ce­bi­do pro­pos­tas com va­lo­res ­mais al­tos de alu­guel po­de des­fa­zer o ne­gó­cio com o an­ti­go in­qui­li­no. ‘‘É a de­nún­cia va­zia ao ­máximo’’, cri­ti­ca o ad­vo­ga­do Pe­dro Les­si, pre­si­den­te do Ins­ti­tu­to Bra­si­lei­ro de De­fe­sa dos Lo­jis­tas de Shop­ping (Ide­los). ‘‘O lo­jis­ta po­de ter to­dos os mo­ti­vos do mun­do pa­ra jus­ti­fi­car o atra­so de pa­ga­men­to, mas não po­de­rá ex­por ne­nhum de­les por­que an­tes dis­so a Jus­ti­ça po­de de­ci­dir co­lo­cá-lo pa­ra ­fora’’, ob­ser­va.   ­Luiz Fer­nan­do Pin­to Vei­ga, pre­si­den­te da As­so­cia­ção Bra­si­lei­ra de Shop­ping Cen­ters (a Abras­ce, que re­pre­sen­ta 385 shop­pings, num to­tal de 65 mil lo­jas), tem uma opi­nião di­fe­ren­te. ‘‘Não que a lei de 1991 fos­se ­ruim, mas o pro­je­to do de­pu­ta­do Jo­sé Car­los dá ­mais se­gu­ran­ça nos ne­gó­cios. Com o lo­ca­dor ­mais se­gu­ro, a ofer­ta de imó­veis se­rá ca­da vez ­maior. Até ago­ra o que se via era a pos­si­bi­li­da­de de o lo­ca­tá­rio re­cor­rer eter­na­men­te. Mas a no­va lei vai agi­li­zar o tra­ta­men­to da jus­ti­ça ao ­inadimplente’’, afir­ma.   ‘‘Es­ta lei pre­ci­sa ser de­fe­nes­tra­da. Es­te de­pu­ta­do ­quer cul­par o lo­ca­tá­rio pe­la fal­ta de es­tru­tu­ra do po­der ju­di­ciá­rio, que dei­xa que os pro­ces­sos de­mo­rem tan­to tem­po pa­ra se­rem ­julgados’’, ex­pli­ca Les­si. O ad­vo­ga­do afir­mou que vai en­trar com uma ­ação di­re­ta de in­cons­ti­tu­cio­na­li­da­de no Su­pre­mo ca­so o pro­je­to de lei se­ja as­si­na­do por Lu­la. Di­ver­gên­cias   Res­pon­sá­vel pe­lo con­se­lho ju­rí­di­co do Sin­di­ca­to da Ha­bi­ta­ção de São Pau­lo (Se­co­vi), Ja­ques Bus­hatsky acre­di­ta que a ofer­ta de imó­veis vai au­men­tar. Atual­men­te, se­gun­do ele, mui­tos pro­prie­tá­rios, te­me­ro­sos dian­te do ris­co de le­var o ca­lo­te, pre­fe­rem fi­car com os imó­veis fe­cha­dos a alu­gá-los e pas­sar ­anos em uma bri­ga na Jus­ti­ça na ten­ta­ti­va de de­so­cu­pá-los e re­ce­ber os atra­sa­dos. ‘‘A lei tam­bém vai fa­vo­re­cer ao lo­ca­tá­rios, que te­rão ­mais ­opções’’, diz.   Na aná­li­se de Na­bil Sah­youn, pre­si­den­te da As­so­cia­ção bra­si­lei­ra de Lo­jis­tas de Shop­ping (Als­hop), em al­guns pon­tos a lei vai me­lho­rar a re­la­ção en­tre lo­ca­tá­rios e lo­ca­do­res. Por exem­plo, no que diz res­pei­to ao pa­ga­men­to de uma mul­ta pro­por­cio­nal, e não ­mais in­te­gral, no ca­so de o in­qui­li­no de­ci­dir dei­xar o imó­vel an­tes do fim do con­tra­to. Ago­ra, se­gun­do Sah­youn, a mul­ta po­de che­gar no ca­so dos shop­pings a 20 ve­zes o va­lor do alu­guel. Ele afir­ma: ‘‘As ne­go­cia­ções en­tre pro­prie­tá­rios de imó­veis e lo­ca­tá­rios con­ti­nua­rão a acon­te­cer, in­de­pen­den­te­men­te da lei ga­nhar no­vos ­contornos’’.
  Já o pre­si­den­te da As­so­cia­ção Co­mer­cial de São Pau­lo, Alen­car Bur­ti, é con­tra a pro­pos­ta do de­pu­ta­do do PR. ‘‘De­ve pre­va­le­cer a re­gra do diá­lo­go, que já exis­te. Co­mo al­guém po­de ga­ran­tir que ha­ve­rá ­mais imó­veis no mer­ca­do e que o va­lor do alu­guel até vai ­cair? Só se for lei­tor de car­ta de ta­rô. Não dá pa­ra fa­zer es­te ti­po de adi­vi­nha­ção.’’

Pau­la Pa­che­co - Agên­cia Es­ta­do

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