terça-feira, 27 de outubro de 2009

'Porto Maravilha já provoca especulação imobiliária no Rio'

"Valor Online" - 27/10/2009 09:52
As construtoras do Rio estão investindo na região portuária da cidade de olho no projeto Porto Maravilha, antes mesmo do novo estatuto do município, que vai definir gabarito e custo de construção na área, seja aprovado na Câmara dos Vereadores. O resultado é que o valor do metro quadrado nos três bairros da região central do Rio subiu cerca de 20% em um ano.A Kreimer Engenharia, construtora responsável pelo AcquaRio, o aquário que será erguido na região, comprou três terrenos e pretende construir imóveis comerciais e residenciais. O objetivo é sair na frente e evitar pagar mais caro quando a região estiver mais valorizada ou ficar difícil encontrar terrenos vagos. "Nós acreditamos que a área será valorizada porque está próxima do Centro da cidade e atrairá moradores de classe média, que gostariam de morar próximo ao mar, mas têm as praias da Zona Sul como economicamente inviáveis", explica Roberto Kreimer, diretor da empresa.Outra construtora que está com os pés na região portuária do Rio é a Concal. Embora acredite que seja necessário esperar a aprovação do novo estatuto da cidade na Câmara, José Conde Caldas, presidente da construtora, vê na reforma dos prédios antigos o grande negócio do Porto do Rio. "A área é repleta de galpões e edifícios antigos que deverão ser reformados para abrigar escritórios." Caldas explica que, embora haja construtoras pedindo um gabarito de até 50 andares, a região deve ter prédios entre 20 e 25 andares com um custo inicial de R$ 400 o metro quadrado. Segundo ele, no Centro o metro quadrado custa cerca de R$ 2 mil. "No entanto, os preços podem ser muito maiores no Centro da cidade porque qualquer oferta se esgota muito rapidamente", conta o presidente da Concal. Segundo Caldas, empresas que foram para a Barra da Tijuca se arrependeram por conta do trânsito e da distância dos aeroportos, por exemplo.Francisco de Almeida e Silva, presidente da João Fortes Engenharia, é mais cauteloso e diz que ainda está avaliando o mercado na região portuária do Rio, apesar de estar negociando contratos e parcerias de reforma de prédios antigos. "Acreditamos na vocação comercial do bairro, mas há ainda muitas indefinições, principalmente em relação à situação fundiária", explica Almeida e Silva, referindo-se a grande quantidade de terrenos públicos na área.A cautela é uma das recomendações de Luíz Fernando Pessôa, sócio da LocalInvest, empresa de gestão de negócios que atua também na área imobiliária. Ele diz que se houver uma grande quantidade de oferta, o investimento pode não ser tão rentável. No entanto, por se próxima ao Centro, a região traz grande vantagem.Segundo Roberto Kreimer, o custo exato dos projetos ainda não está definido porque o texto do projeto da prefeitura ainda não foi concluído. Para construir será necessário adquirir os Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepac), cujos valores serão diferentes para cada área do Porto e, quanto mais caros eles custarem, menor a rentabilidade da obra e a valorização do imóvel. No entanto, Kreimer acredita que as áreas com vista para a Baía de Guanabara ou mais próxima da Praça Mauá serão as mais valorizadas. Além disso, ele não descarta a região próxima à rodoviária, por ter um acesso fácil às principais ligações da cidade, como o Túnel Rebouças, a Ponte Rio-Niterói e a Linha Vermelha.Com informações Valor Econômico

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